A arquitetura contemporânea é essencialmente o desenho da cidade e não sua decoração com uma sucessão, até hedionda, de artefatos esdrúxulos. É preciso desatar o nó da divisão esquizofrênica entre arquitetura e urbanismo, entre arte e técnica, arte e ciência.

Paulo Mendes da Rocha, arquiteto urbanista.

Sobre a cidade...

O ser humano, atualmente, pode ser chamado de ser urbano, e isto se deve ao fato de uma grande porcentagem da população (brasileira e mundial) viver nas cidades.

Para escrever sobre a cidade e sua dinâmica é necessário, antes de tudo, conhecê-la. Entenda-se conhecer como a relação entre sujeito e objeto.

A cidade – porção de solo urbanizado dentro de um município, delimitada pelo perímetro urbano – é extremamente complexa por tratar-se de um espaço habitado, em constante mutação e que, com o passar do tempo, apresenta novos problemas que precisam ser solucionados.

Propondo reflexões envolventes, um tanto complexas, mas que são do interesse de todos os cidadãos (usuários da cidade) podem-se destacar alguns assuntos pertinentes ao bom funcionamento da cidade como, por exemplo, a questão dos recursos naturais, a problemática das vias de circulação – pedestres e veículos – que são como veias no organismo da cidade, a relação da paisagem natural com a paisagem criada, os espaços públicos e seus usos, equipamentos urbanos, a cultura local dominante, a poluição sonora e visual, a importância do belo, enfim, um plano de cidade.

É com este objetivo que escreveremos mensalmente e quiçá sirva de impulso para uma discussão mais abrangente e aprofundada.



Nedival de Sá Pianizzola
Arquiteto urbanista